domingo, 14 de agosto de 2011

Certificações: O assunto de sempre compilado e comentado

E então? Você deve ou não tirar uma certificação? Qual a certificação que está mais visada? O que as pessoas que selecionam currículos mais levam em consideração? Vamos passar por essas e outras perguntas exibindo o resultado da pesquisa Certificações de Testes no Mercado Brasileiro que ficou no ar durante a semana passada aqui no blog e foi divulgada nas principais listas de discussão de teste do Brasil.

Total e seus estados

151 pessoas responderam a pesquisa. Os estados mais expressivos foram SP 23%, seguido do RS 21%. Tivemos ainda uma resposta de Israel, alguém adivinha de quem foi essa? :)





Ainda, 54% não possui nenhuma certificação e 45% possui alguma certificação de testes.





 Quem não possui certificação, quer ter? Essa resposta não era obrigatória e deveria ser respondida apenas por quem não possui uma certificação.






Qual certificação tirar?

A pesquisa mostrou maior interesse na CTFL com 76%, seguida da CBTS com 44%. Essas respostas cobrem tanto as certificações que os pesquisados possuem, quanto as que eles desejam obter.

Particularmente eu tenho hoje a CTAL-TA e portanto, a CTFL. Escolhi o board do ISTQB em 2007, quando tirei a CTFL, por ser internacional e pela facilidade na época de fazer a prova. Fiz a inscrição no site da Prometric e pude realizar o exame em um centro Prometric na data mais conveniente para mim, sem ter que me agendar para fazer a prova com várias outras pessoas em uma mesma data. Os centros Prometric ainda aplicam essa prova, mas ela é em inglês. Para quem não se sente confortável com o idioma e tem interesse nessa certificação, o ideal é então procurar o BSTQB e fazer a sua inscrição para a data divulgada.

Para saber mais sobre as certificações de teste, vale a pena uma leitura do clássico post do Fábio Martinho sobre o assunto.




O tempo que os entrevistados possuem de certificação variou bastante. Tomando inclusive o meu caso como exemplo (tirada em 2007 – 4 anos), na próxima pesquisa vou melhorar esses tempos para ter uma ideia a partir de quando essa ideia de certificação virou um boom.





Outro fator que eu tinha curiosidade de saber foi se as empresas têm investido nos seus profissionais para que tirem certificações. 55% respondeu que custeou ou pretende custear a sua certificação. Fica uma reflexão: Se é realmente importante pra empresas que o funcionário seja certificado, porque elas não estão custeando essas certificações? Ou será que não é tão importante assim?






Quais as vantagens de ser certificado?

A maioria respondeu que com a certificação pretendia ganhar novos conhecimentos e um status profissional diferenciado. Aqui vale um quadro relacionando o que as pessoas esperavam quando foram atrás da sua certificação (ou esperam indo atrás de uma) e o que as pessoas que possuem uma certificação observaram de ganhos reais.

Objetivo
Pretende/Pretendia obter
Atingiu esse objetivo
Adquirir novos conhecimentos
79%
79%
Aumento salarial ou troca de posição na sua empresa
53%
18%
Aumento salarial ou troca de posição em uma nova empresa
30%
22%
Status profissional
60%
49%
Utilizar os conhecimentos obtidos na prova para lecionar em cursos preparatórios
20%
9%
Cumprir plano de desenvolvimento profissional da atual empresa
23%
16%
Gerar competitividade para a empresa em licitações
28%
25%
Nenhum
N/A
18%

O segundo maior motivador para as certificações está listado como 5o ou 6o benefício adquirido com a certificação, empatado com a opção Nenhum.

Particularmente não vi muita diferença por causa da certificação. Cheguei a aprender alguma coisa nova de técnicas de análise de teste estudando para a certificação, mas não posso dizer que fez uma grande diferença. Não sinto meu status profissional diferenciado por ter uma certificação. Sinto que a experiência que eu tenho tido nos projetos em que participo, nas leituras de blog, listas de discussão etc., isso sim tem contribuído muito mais para meu crescimento e a visibilidade desse crescimento. A certificação pra mim tem sido um detalhe. Fiz agora a CTAL-TM. Por quê? Porque eu precisava adicionar um ponto no meu plano de performance na empresa e meu gerente achou que seria bom que fosse uma nova certificação. Nesse caso, já que ele achou, ele está custeando. A título de currículo, experiência e expectativas com a certificação, o fato de eu obtê-la ou não, não muda muita coisa. Mas espero passar para cumprir o meu plano de performance desse ano. :)

Seguem os gráficos das respostas:



E na hora da seleção? Ser certificado conta?

52% respondeu que participa do processo de seleção da sua empresa e ajudou a pontuar como são vistos pelas empresas os seguintes pontos:

  • Recomendações
  • Anos de experiência
  • Certificações
  • Demonstrações de habilidades na entrevista
  • Formação Acadêmica

Nunca senti a certificação como um diferencial para me selecionarem em uma empresa. Participei na empresa anterior e participo agora de seleção de profissionais. Atualmente as seleções que participo são esporádicas e são para consultores, portanto um nível mais sênior de profissionais. Nesse caso, não ligo a mínima para certificações. Quem eu ajudei a contratar foi por conhecer pessoalmente o trabalho daquela pessoa. Eu diria que contou mais Recomendações (meu próprio conhecimento nesse caso) e Demonstrações de habilidades na entrevista (já ter trabalhado com a pessoa).

Na empresa que trabalhei anteriormente eram muitas seleções de diversos níveis. No caso de profissionais júniors que estavam saindo da faculdade, sem experiência, etc. eu considerava sim o fato de o candidato ter uma certificação porque isso pra mim demonstrava interesse em aprender, em entrar no mercado e me dizia que provavelmente aquele candidato conhecia os conceitos mínimos de teste de software. Ou seja, Anos de Experiência contariam mais do que Certificações, mas como não havia nenhum ano de experiência, a certificação passava a valer um pouco mais. Como a certificação não prova que o candidato realmente sabe alguma coisa, um teste escrito e uma entrevista checando as respostas e outros conhecimentos do candidato valiam como ratificação ou não da minha expectativa em relação a certificação ou ao conhecimento indicado no currículo. A titularidade do candidato, bem como a instituição que proveu essa titularidade pra mim não faz muita diferença. Em parte isso se dá por eu não ter me formado em uma grande universidade e não acho que isso tenha feito diferença. Além do mais, seria muito bom que eu pudesse ter certeza que o candidato aproveitou bem suas aulas de Engenharia de Software e afins, mas isso nem a titulação, nem a instituição podem me dar, assim como a certificação por si só também não me diz que o candidato sabe alguma coisa.

Pra mim então, esses pesos seriam:

  • Demonstrações de habilidades na entrevista -> 5
  • Recomendações -> 4
  • Anos de experiência -> 3
  • Certificações -> 2
  • Formação Acadêmica -> 1

E para os que responderam a pesquisa?

  • Demonstrações de habilidades na entrevista disparou no peso 5 (32%);
  • Anos de experiência ficou entre 4 (22%) e 5 (24%);
  • Formação Acadêmica ficou entre os pesos 4 (19%) e 3 (21%);
  • Certificações ficou com pontuação 3 (20%) como predominante;
  • Recomendações foi um item que ficou bem empatado. Os valores 2, 3, 4 e 5 variam apenas de 13% a 15%;

Seguem os gráficos:







Conclusão

A resposta se você deve ou não tirar uma certificação deve ser obviamente uma conclusão sua. Essa pesquisa pode ajuda-lo a decidir e avaliar se isso tende ou não a ter algum impacto na carreira.

O objetivo da pesquisa foi o de entender um pouco mais sobre como o mercado está realmente vendo as certificações e dar oportunidade de pessoas expressarem mais objetivamente sua opinião sobre o assunto.

Se você ainda tiver interesse de continuar avaliando opiniões, dessa vez de maneira mais subjetiva, sugiro a leitura de alguns posts do QualidadeBR. Enquanto eu procurava o post da mesa redonda de certificações para compartilhar com vocês, achei ainda outros posts relevantes para o assunto:

Certificações de Teste de Software, por que ter uma?

Como contratar um profissional para a área de Teste?

Teste de Software: Desafios do Início

Certificações, valem a pena?


Essa discussão continua nos comentários desse post. Se você tem alguma opinião sobre os resultados ou alguma sugestão de melhoria da pesquisa, compartilhe.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Certificações de Teste no Mercado Brasileiro

Muito se fala e se procura sobre certificações não só no Brasil, mas no mundo inteiro. É comum termos mesas redondas (ou discussoes calorosas :) ) sobre o assunto e inclusive esse blog nasceu com o intuito de me ajudar a estudar para uma certificação.

Durante o periodo que aguardei o lançamento da prova CTAL-TA no Brasil, também fui conversando com várias pessoas e lendo a respeito de certificações e formando minha opinião sobre o assunto. Essa, eu vou deixar para o próximo post.

O objetivo desse post é saber da sua experiência. Saindo do âmbito de discussões com opiniões individuais (muitas boas discussões podem ser encontradas no DFTestes, vale a pena ler), essa pesquisa tem o objetivo de coletar dados do Brasil inteiro e através da análise da experiência de uma massa de profissionais de testes indicar qual tem sido a real experiência com as certificações de teste no mercado brasileiro.

Conto com a sua participação e divulgação.






domingo, 2 de janeiro de 2011

Minha experiência CTAL

Estou de volta. Dei um tempo no blog para organizar o casamento, sair de férias e quando voltei, voltei no projeto a mil! Agora em 2011, espero retomar o pique dos posts.

Primeiro, um 2011 cheio de realizações para todos! :)

E falando em realizações e conquistas, em 2010 eu tirei a CTAL-TA. Quando criei o blog, a idéia era ir me preparando para a prova e postando aqui o material que eu ia lendo e compartilhando esse preparo, mas muitas coisas aconteceram. O trabalho não deu muita folga e mesmo o m eu planejamento inicial não foi muito seguido.

O que eu usei para me preparar? Apenas li o livro Advanced Software Testing do Rex Black que indiquei aqui no blog.
O livro é bem legal. O ponto que ele peca um pouco, em minha opinião, é no detalhamento de resoluções de questões relativas a técnicas de análise. No mais, é um excelente guia.
Não li o Syllabus. Mas não recomendo essa prática, afinal é o material oficial da CTAL.
Sobre simulados, baixei alguns no VTB (Vietnamese Testing Board), mas só resolvi um que tinha gabarito. Não vejo sentido em resolver sem ter certeza se está correto ou não.
Eu achei os simulados do Advanced Software Testing bem legais. Pra CTFL também só usei o Foundations of Software Testing.

O que eu achei do nível da prova? Tem perguntas bem fáceis, como as questões de ética e questões sobre definição de PDCA, auditoria, etc. Tem perguntas mais chatinhas de responder como quantidade de testes que devem ser feitos em determinado cenário aplicando as técnicas A e B (tem essas perguntas para treinar no Advanced Software Testing).

Quais pontos eu acho que fui pior e podia ter me dedicado mais? Tem várias normas citadas no livro. Não só as IEEE e ISO, mas também as BS e DO. Se tivesse tido mais tempo para estudar teria baixado as normas e lido.
Quanto tempo eu dediquei para estudar? Comecei o blog em maio/2009, mas não posso dizer que venho estudando desde então. Li o livro até a parte de Análise por Valor Limite, que eu postei em março/2010. Depois parei de ler o livro. Ainda não haviam marcado a CTAL no Brasil, eu estava sem perspectiva de fazer a prova fora do BSTQB e sem um prazo, fiquei desmotivada. Quando voltei de viagem de lua de mel, estava na última semana para me inscrever na prova e só depois da confirmação retomei a minha leitura. Mas como havia iniciado há muito tempo, resolvi começar do começo. Lógico que não deu tempo de ler o livro inteiro. Li até o quarto capitulo, e os seguintes eu apenas resolvi as questões do simulado que tem no final. No total eu diria que foi algo em torno de 1 mês se eu fosse por em tempo produtivo.

Qual a minha visão geral da prova? Assim como a CTFL, acredito que se você é uma pessoa que freqüenta eventos de teste, está atualizado com os conceitos, técnicas, anda visitando os blogs, participando de listas de discussão, não fica acomodado em mundos que muitas vezes são restritos no trabalho, há grandes chances de passar sem surtar estudando. Claro que vale a pena dedicar um tempo para o estudo, não é uma prova tão trivial quanto a CTFL. Se você não achou a CTFL fácil, então estude o dobro pra CTAL, senão não passa.

O que eu recomendo? Já me mandaram emails perguntando isso. Bom, primeiro eu fiz um relato de como foi PRA MIM. Não quer dizer que vai ser assim para todos. Outros que fizeram a CTAL podem ter opiniões diferentes, claro. Não recomendo fazer o meu plano de estudo (até porque não segui nenhum). Recomendo o leitura do Syllabus, do Advanced Software Testing e resolução de simulados, que como comentei tem alguns no Vietnamese Testing Board. Também acho um bom caminho se preparar como se fosse fazer o ISEB Intermediate. Eu não fiz essa prova, mas pode ser um bom passo intermediário para quem quer ter mais certeza do seu preparo antes da CTAL. O ISEB segue a mesma linha do ISTQB e a CTFL vale como certificação inicial para ambos os boards.

É isso. Boa sorte para o pessoal que vai fazer a CTAL na próxima prova.